10 de abril de 2015

Circo dos horrores


(Pois é, nesse blog eu não pude deixar de falar sobre isso)
Os circos de hoje em dia não tiveram sempre como atração animais treinados, palhaços e malabaristas. No fim do século 19 e início do século 20, anomalias humanas foram destaques nos shows, que ficaram conhecidos como "Circo dos Horrores". Esses circos eram muito populares nos Estados Unidos, com elencos que incluíam anões, albinos e qualquer tipo de pessoa que fosse deformada por doenças.
O norte-americano Phineas Barnum (foto) é considerado o pioneiro do ramo. Começou fazendo caravanas de animais adestrados e apresentações falsas e em 1881 fundou seu circo com James Bailey e L. James Hutchinson, chamado Barnum & Bailey’s, que era uma espécie de Cirque du Soleil do século 19, com uma diferença: no lugar de animais, curiosidades humanas eram apresentadas. Pessoas pagavam para sentar-se sob a lona e ver, ao vivo e em cores, aquelas que eram consideradas “aberrações da natureza”. O circo tornou-se o maior do mundo.
Essas pessoas deformadas eram abandonadas ao nascer devido a suas condições. Por isso, as apresentações nos circos acabavam sendo sua única fonte de renda e de sobrevivência. Como ainda não havia o conceito de direitos humanos, os espetáculos mostravam cenas horrendas que, de tão curiosas, chamavam a atenção.
O declínio da exibição do circo começou com o avanço da medicina e também com as mudanças na cultura popular e do entretenimento. As anomalias foram explicadas como doenças ou mutações genéticas e então, a sociedade começou a ver essas pessoas como iguais, e não bichos. Além disso, foi proibida a exibição dessas pessoas em shows que tivessem fins lucrativos.
Dentre os mil artistas que fizeram parte do elenco (um número incrível para os padrões daquele século), estavam entre os mais famosos a mulher barbada e o menor homem do mundo. Apresentarei algumas das atrações:


O homem cachorro


É chamada hipertricose a doença que provoca crescimento excessivo de pêlos no rosto e é extremamente rara nos dias atuais (imagine naquela época). Fyodor Jeftichew (foto abaixo), mais conhecido como Jo-Jo, era trilíngue, mas foi apresentado ao público como uma besta. Latia para assustar a plateia enquanto Barnum narrava a história de como Fyodor havia sido capturado por um caçador que seguiu sua família de homens-cães até uma caverna (só gente daquela época para acreditar nisso >_>).




O garoto lagosta


Grady Franklin Stiles Jr. não possuía os dedos centrais das mãos e dos pés, e por isso estes se assemelhavam a garras de lagosta. O nome da deformidade é ectrodactilia e Grady foi o sexto de sua família a apresentá-la, evidenciando seu caráter hereditário. Apesar da deformidade, Grady teve uma vida normal: casou-se duas vezes e gerou quatro filhos, sendo que dois nasceram com ectrodactilia. Mas era alcoólatra e abusivo. Foi condenado a 15 anos de regime aberto (a cadeia não o aceitou já que não estava preparada para receber alguém em suas condições) após atirar na cabeça do namorado da filha, pois havia reprovado o casamento destes e a filha o enfrentou. Foi morto por um funcionário de um circo onde trabalhava sob as ordens de sua segunda esposa.




O homem elefante


Acreditou-se por muito tempo que Joseph Merrick possuía elefantíase. O crescimento anormal de seus ossos teve início aos cinco anos de idade, quando começou a apresentar-se no Barnum & Bailey’s. Sua doença não o permitia dormir deitado, apenas sentado, pois poderia morrer sufocado (e foi o que aconteceu quando Merrick tinha 27 anos). O que ele possuía era Síndrome de Proteus, condição extremamente rara que provoca crescimento exagerado de tumores subcutâneos pelo corpo.


Fonte: mundoestranho.abril.com.br


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