22 de março de 2015

O pacto




Março, 1994 Canadá


 Existia uma família de 5 pessoas e nela havia um garotinho.Tinha apenas 9 anos, mas ainda assim, era tratado com um nada por sua família e pessoas de onde estudava. O que ele era?  Bem, um garoto normal. Isso para meus olhos. Era pálido, usava óculos e tinha o cabelo liso sobre o rosto. Estava sempre sozinho, mas nunca se importou.
Em um dia de segunda feira, ao ir para a aula, ele encontra os ''valentões'' da escola em um beco por onde sempre passava, pois era um atalho mais rápido pra chegar à escola. Havia quatro meninos bem mais velhos e fortes, encostados na parede. O garoto os observou por um momento. "Bem não tem por que eles mexerem comigo. Eu não sou ninguém" pensou antes de continuar seu caminho mesmo com os outros o observando com um olhar de desprezo. O garoto finalmente chega próximo a eles e pensa em passar quando o cercam e trancam sua passagem.
Ele pensou em falar, mas não deu tempo de sequer abrir a boca. Os valentões o espancaram com agressividade. O garoto suplicou pra pararem mas não ouviram e continuaram até que a criança sangrasse e ficasse no chão inconsciente. Após alguns minutos, o garoto acorda com muitas dores, pois era frágil. Conseguiu finalmente levantar e caminhar apoiando-se nos muros e nas paredes no caminho até sua casa. Havia um parque com arvores lindas e cheias de flores. A criança sentia como se estivesse morrendo lentamente. Por um curto instante, notou que do lado de uma arvore havia um homem alto encapuzado, trajando uma roupa escura e luvas. Então, vira seu olhar para o outro lado e por curiosidade tenta olhar novamente para o local de onde havia visto o homem. Não havia homem algum. Não mais. Ficou com medo, mas logo pensou que era alucinação sua, já que estava muito machucado. Ao chegar a casa, foi diretamente para seu quarto e se trancou. Tirou as roupa, limpou seu rosto sujo de sangue, pôs um traje limpo e se deitou em sua cama. Enquanto descansava seu corpo, pensava no castigo que sua mãe iria lhe dar. Já havia dito que, se um dia chegasse machucado em casa, apanharia e ficaria de ponta cabeça, pendurado pelos pés. Trancou-se por vários dias em seu quarto, quando em uma sexta feira, resolve voltar para aula. Ele não poderia se esconder pelo resto da vida. No caminho, lembrou do homem que viu no parque. Tentou afastar essa memória, mas de alguma forma, sempre se lembrava de tal homem e novamente, o viu sentado em um banco com a cabeça baixa. Então correu até que chegasse na escola. Os acontecimentos do dia interior vieram a sua cabeça e pela primeira vez, sentiu ódio ao ver os agressores rindo em um dos corredores. Mas sentiu mais ódio de si mesmo por não poder reagir ou se vingar de alguma forma, pois era uma criança fraca e indefesa. No final do dia, no caminho até sua casa, um pedaço de papel rasgado ia a sua direção. O garoto pegou e o leu.  ''Eu posso lhe ajudar. Eu posso lhe tornar forte. Basta você querer... '' estava escrito.
Após vários minutos imóvel pensando em tal frase escrita, foi para casa. Sua irmã estava esperando na porta.
- mamãe soube... - ela disse
O garoto foi para seu quarto, ignorando sua irmã. Sua mãe estava lhe esperando com um cinto em uma das mãos. Pensou em correr, mas seu pai ja o esperava atrás. Então as lagrimas correram pelo seu rosto. Suas pernas ficaram trêmulas ao sentir que iria ser maltratado mais uma vez. Seu pai o segurou e sua mãe o espancou até que sua boca sangrasse seus olhos já não aguentassem ficar abertos. E enquanto era maltratado, por um momento, sentiu seu corpo adormecer e lembrou-se do que havia leu no parque.
- Eu falei pra Não se meter em confusões seu lixo! Você não serve para nada seu esquisito ! - sua mãe gritava enquanto o machucava.
O garoto acorda pendurado por uma corda de ponta cabeça. Seu sangue ainda saía pelo nariz e sentia como se sua cabeça fosse explodir. Então grita:
- ME TORNE FORTE! DÊ-ME O QUE DISSE QUE PODERIA ME DAR!
Após poucos minutos, sentiu como se estivesse preso em um freezer. O garoto fecha os olhos e os abre lentamente em seguida. O homem do parque estava a sua frente. Com gestos, o tal homem dizia que iria torná-lo forte. Ele fecha novamente os olhos e ser encapuzado some. Ficou pendurado por vários dias e nesses dias, ficou conversando com o ser alto que um dia encontrara no parque.

Passaram-se quatro semanas. Sua mãe abre a porta do quarto escuro e sujo onde o pusera, o desamarra e torna a trancar o quarto. O garoto tampouco se importou. Parecia ter aceitado a dor... '





Continua...



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